Já alguma vez se perguntou porque é que algumas pessoas parecem estar sempre felizes enquanto outras parecem ter perdido o seu último doce? A resposta pode ter algo a ver com atitudes. Mas espere, o que é exatamente uma "atitude"?

Uma atitude é como um par de óculos que cada um de nós usa. Tal como os óculos podem ser pintados para que o mundo pareça mais escuro ou mais claro, as nossas atitudes colorem a forma como vemos as coisas à nossa volta.

Imagine-se a viver com óculos com as cores do arco-íris que fazem com que tudo pareça excitante! Ou pense em usar óculos cinzentos que tornam tudo monótono e aborrecido. É isso que as atitudes fazem - moldam a forma como nos sentimos, agimos e até a forma como os outros nos vêem.

As atitudes são muito importantes e podem ser as nossas melhores amigas ou as nossas piores inimigas, influenciando a forma como interagimos com as pessoas, resolvemos problemas e até a nossa felicidade.

Quer sejamos optimistas e vejamos o copo meio cheio, quer sejamos pessimistas e pensemos que está meio vazio, as nossas atitudes têm um grande impacto nas nossas vidas.

Neste artigo, vamos dar um mergulho profundo no mundo das atitudes. Vamos explorar diferentes tipos, desde as boas às más e até às mais ou menos. No final, não só vai perceber o que são atitudes, mas também como pode mudar a sua própria atitude para melhor.

O que é uma Atitude?

Falámos que as atitudes são como um par de óculos que colorem a forma como vemos o mundo, certo? Vamos aprofundar um pouco mais esta ideia.

Uma atitude é basicamente uma forma de pensar ou sentir algo ou alguém. Não é apenas um pensamento aleatório que surge na sua cabeça; é mais como um hábito mental.

Sabe como escova os dentes de manhã e à noite? Bem, a sua atitude é como uma escovagem mental - é algo que faz repetidamente até se tornar uma parte de quem é.

Por exemplo, digamos que gosta de basquetebol. Pode ter uma atitude positiva em relação a jogar o jogo, vê-lo na televisão e até aprender sobre a sua história. Esta atitude pode fazer com que esteja mais interessado em praticar, ver jogos e tornar-se um melhor jogador.

Ou talvez não goste de matemática. Nesse caso, pode resmungar sempre que alguém fala em álgebra, evitar os trabalhos de casa de matemática ou ter dificuldades nos testes de matemática. É a sua atitude em relação à matemática a moldar o seu comportamento.

Lembre-se de que as atitudes podem ser grandes, como a sua opinião sobre as alterações climáticas, ou pequenas, como a sua opinião sobre o ananás na piza, e podem ser amplas ou específicas, como ter um gosto geral por animais ou um gosto específico por golden retrievers.

Porque é que isto é importante? Porque as atitudes são como ímanes. Se tiver uma atitude positiva em relação a alguma coisa, é provável que seja atraído por ela. Se tiver uma atitude negativa, é provável que se afaste. Compreender as suas atitudes ajuda-o a compreender-se a si próprio, e esse é o primeiro passo para se tornar o melhor que pode ser.

Porque é que as atitudes são importantes?

Pode estar a perguntar-se: "Está bem, eu tenho estas atitudes, mas porque é que me devo preocupar?" Óptima pergunta! As atitudes são importantes por uma série de razões.

Em primeiro lugar, moldam o nosso comportamento Se gosta de basquetebol, é provável que passe o tempo a praticar, a ver jogos ou a conviver com outros amantes deste desporto. Por outro lado, se não gosta de matemática, é provável que a evite sempre que possível, o que pode afetar as suas notas e oportunidades futuras.

Em segundo lugar, as atitudes têm impacto nas nossas relações Se for uma pessoa positiva que vê o lado bom dos outros, é mais provável que as pessoas gostem de estar ao seu lado. Por outro lado, se estiver sempre mal-humorado ou crítico, até os seus amigos mais próximos podem começar a manter a distância. Já ouviu falar da frase: "Atrai-se mais moscas com mel do que com vinagre?" Bem, isto são atitudes em ação!

Por fim, as atitudes podem dar um brilho ou uma nuvem à sua felicidade pessoal Imagine acordar todos os dias com a sensação de que o mundo está cheio de possibilidades. Parece ótimo, não é? Mas se acordar a pensar que tudo é terrível, está a preparar-se para um dia que provavelmente não será assim tão bom.

Como são formadas as atitudes?

Agora que sabemos o que são atitudes e porque são tão importantes, vamos explorar como é que estas poderosas mentalidades ganham vida.

Pense nisto como a história de origem de um super-herói - só que este super-herói é a sua forma de pensar! Para ficarmos a saber tudo, vamos trazer algumas ideias de psicólogos e outros especialistas.

Sigmund Freud, um psicólogo muito famoso do início do século XX, falou sobre a forma como as experiências de vida podem moldar as nossas atitudes e até a nossa personalidade.

Imagine que passou momentos fantásticos num campo de férias onde aprendeu a amar a natureza. Essa experiência dar-lhe-ia provavelmente uma atitude positiva em relação ao ambiente.

Por outro lado, se tivermos uma má experiência, como chumbar num teste, podemos desenvolver uma atitude negativa em relação à matéria. É como Freud disse, as nossas primeiras experiências podem ficar connosco durante muito tempo.

Albert Bandura, conhecido pela sua Teoria da Aprendizagem Social, diz que aprendemos muito observando os outros, especialmente as pessoas que admiramos.

Por isso, se a sua irmã mais velha gosta muito de ler e está sempre a dizer que é muito divertido, você também pode adquirir uma atitude positiva em relação à leitura. Bandura sugere que não se trata apenas de copiar acções, mas também de adotar atitudes.

Solomon Asch realizou experiências que mostraram como o desejo de se integrar pode ser forte.

Nos seus estudos, as pessoas concordavam frequentemente com a resposta errada de um grupo a uma pergunta simples, apenas porque não queriam dar nas vistas. Por isso, se todos os seus amigos pensam que um determinado desporto é a coisa mais fixe de sempre, há uma boa hipótese de adotar uma atitude semelhante, mesmo que inicialmente não se interessasse por ele.

Por último, não esqueçamos os meios de comunicação social e a sociedade. Psicólogos como George Gerbner falaram sobre a "Teoria da Cultivação", que sugere que quanto mais se está exposto a algo nos meios de comunicação social, mais se pensa que é importante ou verdadeiro.

Por isso, se todos os filmes que vê mostram que ser rico é a chave para a felicidade, pode começar a desenvolver essa atitude também. Os meios de comunicação social podem ser como um cozinheiro sorrateiro, espalhando pequenos pedaços de atitudes na sua mente sem que se aperceba.

Em resumo, as atitudes são receitas complexas com ingredientes provenientes das suas experiências pessoais (Freud concordaria com um aceno de cabeça), da influência das pessoas que o rodeiam (Bandura e Asch dar-lhe-iam um grande aplauso por se lembrar disso) e do que a sociedade e os meios de comunicação social lhe dão a comer (Gerbner provavelmente quereria que fosse cauteloso com isto).

A boa notícia é que, tal como as receitas podem ser alteradas, também as suas atitudes podem ser alteradas (leia abaixo ideias sobre como o fazer!).

Exemplos de atitudes positivas

1) Otimismo

Sabe aquelas pessoas que parecem ver sempre o lado positivo da vida, mesmo quando as coisas estão difíceis? Essas pessoas são optimistas. O otimismo é como ser aquela pessoa que entra numa sala e acende uma luz - mesmo que já esteja claro lá fora.

Bem, o Dr. Martin Seligman, conhecido pelo seu trabalho em Psicologia Positiva, diz que os optimistas vivem mais tempo e são geralmente mais felizes.

Os estudos de Seligman mostraram que o otimismo pode melhorar o seu sistema imunitário. Sim, ser otimista pode até ajudá-lo a evitar a constipação comum!

Para além dos benefícios para a saúde, os optimistas também lidam melhor com o stress, pois encaram os desafios como oportunidades de crescimento e não como ameaças.

A investigação mostra que os vendedores optimistas vendem mais, os alunos optimistas têm melhores notas e os atletas optimistas têm melhor desempenho.

Então, como pode acrescentar uma pitada de otimismo à sua vida? Comece por se concentrar no que pode controlar e mudar, em vez de se concentrar no que não pode. Desafie-se a encontrar o lado bom das situações difíceis. Pode não mudar a situação, mas mudará certamente a forma como se sente em relação a ela.

2) Gratidão

A seguir, a gratidão. Já ouviu o ditado: "Conta as tuas bênçãos, não os teus problemas?" É a gratidão em ação.

O Dr. Robert Emmons, um dos maiores especialistas em gratidão, diz que esta atitude pode torná-lo mais feliz e até melhorar a sua saúde física.

Quando se pratica a gratidão regularmente - como escrever as coisas pelas quais se está grato num diário de gratidão - começa-se a apreciar as coisas mais pequenas da vida. É como virar uma lupa para as coisas boas, fazendo-as parecer maiores e mais importantes.

E aqui está um bónus: estudos mostram que as pessoas que estão gratas também são mais propensas a ajudar os outros. Portanto, a sua gratidão pode realmente tornar o mundo um lugar melhor!

3) Entusiasmo

Conhece alguém que está sempre entusiasmado, independentemente do que esteja a fazer? Quer seja a fazer os trabalhos de casa, a praticar um desporto ou até a limpar o quarto, essa pessoa está simplesmente entusiasmada. Isso é entusiasmo!

Os psicólogos, como Mihaly Csikszentmihalyi, que fala de "Flow", explicam que quando se está entusiasmado, é mais provável que se esteja "na zona" ou num estado de fluxo, o que significa que se terá um melhor desempenho e que se desfrutará muito mais do que se está a fazer.

Quando se está entusiasmado com alguma coisa, é mais fácil deixar os outros entusiasmados também. Assim, o seu entusiasmo não só torna a sua vida mais agradável, como também ilumina a sala e deixa as outras pessoas entusiasmadas.

4) Abertura de espírito

Ter uma mente aberta significa que está disposto a considerar ideias, opiniões e perspectivas diferentes, mesmo que não sejam as suas.

A psicóloga Carol Dweck diria que isto se alinha com uma "mentalidade de crescimento" - a crença de que as capacidades e a inteligência podem ser desenvolvidas através de trabalho árduo e dedicação.

As pessoas de mente aberta são como exploradores, sempre à procura de coisas novas para aprender e de novas formas de crescer. É mais provável que aceitem desafios, procurem novas experiências e até mudem de ideias quando lhes é apresentada nova informação.

A abertura de espírito abre portas a oportunidades e ajuda-o a dar-se bem com pessoas que pensam de forma diferente da sua.

Exemplos de atitudes negativas

5) Pessimismo

Comecemos pelo oposto do otimismo: o pessimismo. Lembra-se das pessoas que vêem o copo meio vazio? É um ponto de vista pessimista.

O Dr. Martin Seligman, que mencionámos anteriormente, explica que os pessimistas são mais propensos a sofrer de stress e de problemas de saúde do que os optimistas. Os pessimistas sentem-se frequentemente desamparados e podem desistir mais facilmente quando confrontados com desafios.

O pessimismo é complicado porque é auto-realizável. Se esperarmos o pior, não ficaremos surpreendidos quando acontecer. E porque não estamos à procura de oportunidades, podemos perder oportunidades de dar a volta à situação.

O pessimismo pode afetar não só o seu bem-estar, mas também a forma como interage com os outros. Ninguém quer conviver com uma "Debbie Downer", certo?

Mas não se preocupe, há esperança! A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), uma forma de psicoterapia desenvolvida pelo Dr. Aaron T. Beck, tem sido eficaz na mudança de atitudes pessimistas. O objetivo é identificar padrões de pensamento negativos e substituí-los por outros mais positivos e realistas.

6) Cinismo

O cinismo é sorrateiro. Pode parecer que está apenas a ser realista ou prático, mas pode tornar-se tóxico rapidamente. Os cínicos tendem a desconfiar dos outros e a questionar os seus motivos.

Já ouviu o ditado: "Se algo parece bom demais para ser verdade, provavelmente é"? É um pensamento cínico clássico.

O Dr. John M. Grohol, especialista em psicologia, refere que o cinismo pode levar ao isolamento social, porque é difícil construir relações quando se está sempre cético. Foi também o primeiro a criar o termo "FOMO" - Fear of Missing Out - que é algo que penso que todos nós já experimentámos!

Tal como o pessimismo, o cinismo pode ser mudado. É preciso ter consciência dos nossos padrões de pensamento e fazer um esforço para dar às pessoas o benefício da dúvida. Não significa ser ingénuo; significa escolher ver o lado bom até prova em contrário.

7) Apatia

Já alguma vez sentiu que não se importa com nada, que podia ficar na cama o dia todo que não teria importância? Isso chama-se apatia.

Ao contrário do pessimismo e do cinismo, que são atitudes sobre a forma como se interpretam as coisas, a apatia tem a ver com uma falta de interesse ou preocupação.

O Dr. Richard S. Schwartz estudou este estado emocional e descobriu que ele pode levar a uma diminuição do desejo de agir, de se envolver com os outros ou de encontrar um sentido para a vida.

A apatia pode ser um sinal de problemas de saúde mental mais graves, como a depressão, pelo que é importante consultar profissionais se você ou alguém que conhece estiver a lutar contra ela. As terapias e os tratamentos podem ajudar a reacender essa centelha de interesse e a voltar a pô-lo no bom caminho.

8) Negatividade

O negativismo é como aquela nuvem que nos persegue e nos estraga a festa, é uma atitude geral de esperar o pior e encontrar defeitos em tudo.

A investigação da Dra. Barbara Fredrickson sobre a positividade concluiu que uma atitude negativa constante pode criar uma "espiral de negatividade", dificultando a experiência de emoções positivas.

Então, como escapar à espiral de negatividade? Desafiando os seus pensamentos e concentrando-se em afirmações positivas. Como sugere o Dr. Fredrickson, tente incorporar mais experiências positivas no seu dia para equilibrar as negativas. Com o tempo, isto pode mudar a sua perspetiva geral.

Exemplos de atitudes mistas

9) Ceticismo

Em primeiro lugar, o ceticismo. Se é cético, não acredita rapidamente em coisas sem provas sólidas. Parece um detetive, certo?

O ceticismo pode ser realmente útil. Por exemplo, o Dr. Michael Shermer, um conhecido cético e escritor de ciência, sugere que o ceticismo pode protegê-lo de ser enganado por fraudes ou notícias falsas.

No entanto, demasiado ceticismo também pode fazer com que se feche a novas ideias ou oportunidades. Imagine que nunca experimenta um alimento novo porque está cético quanto ao seu sabor - pode perder algo delicioso!

O ceticismo, com moderação, pode ser seu amigo, ajudando-o a navegar pelo mundo de forma ponderada. Mas levado ao extremo, pode limitar as suas experiências e mantê-lo preso numa rotina mental.

10) Ambivalência

A ambivalência é quando se tem sentimentos mistos ou atitudes contraditórias em relação a alguma coisa. Pense nisso como estar sentado em cima do muro, sem saber de que lado saltar.

O Dr. Philip Zimbardo, um famoso psicólogo, diz que a ambivalência pode, por vezes, tornar a tomada de decisões muito difícil. Pode sentir-se simultaneamente feliz e nervoso por começar um novo emprego, o que torna difícil saber como se sente verdadeiramente.

Embora a ambivalência possa complicar as coisas, também é um sinal de que está a considerar vários aspectos de uma situação. Isso é bom! Significa que não está a precipitar-se nas decisões e que está a ter tempo para pesar os prós e os contras.

No entanto, se der por si sempre ambivalente e indeciso, poderá ser útil falar com alguém sobre o assunto ou procurar aconselhamento profissional.

11) Curiosidade

A curiosidade pode ter matado o gato, mas para os humanos é geralmente uma coisa boa. Ser curioso significa que tem sede de aprender e explorar coisas novas.

O Dr. Todd Kashdan, que investigou extensivamente a curiosidade, defende que esta pode aumentar o seu bem-estar e acrescentar riqueza à sua vida.

A curiosidade pode, no entanto, ter as suas desvantagens. Já ouviu falar da frase "tudo o que é bom é demais"? Pois bem, ser demasiado curioso pode, por vezes, levá-lo a situações de risco ou fazê-lo perder tempo a explorar buracos de coelho sem fim.

Como quando começamos a ler um artigo na Internet e, de repente, passam-se três horas. Por isso, como tudo na vida, o equilíbrio é fundamental.

12) Realismo

Por último, mas não menos importante, falemos de realismo. Os realistas têm como objetivo ver as coisas como elas são verdadeiramente, sem exageros. Por um lado, esta pode ser uma caraterística muito útil.

A Dra. Julie Norem, que estudou o pessimismo defensivo, defende que uma atitude realista pode prepará-lo para os desafios e até melhorar o seu desempenho.

No entanto, ser demasiado realista pode, por vezes, tornar-se negativo. Se estivermos sempre concentrados nas duras realidades, podemos perder oportunidades de alegria e admiração. O realismo é como aquela pitada de sal numa receita - acrescenta sabor, mas em excesso pode estragar o prato.

Como mudar a sua atitude

Auto-consciência

O primeiro passo para mudar a sua atitude é descobrir qual é realmente a sua atitude. Parece simples, certo? Mas pode ser mais complicado do que pensa.

O Dr. Daniel Goleman, famoso pelo seu trabalho sobre Inteligência Emocional, diz que a auto-consciência é a pedra angular da inteligência emocional e pode realmente ajudá-lo a compreender as suas atitudes.

Tente manter um diário para anotar os seus pensamentos e sentimentos. Pode até rotulá-los como "positivos", "negativos" ou "mistos" para obter uma imagem mais clara. Depois, procure padrões. Vê mais entradas negativas em torno de determinados eventos ou pessoas? Isso pode ser uma pista!

Definição de objectivos

Depois de saber com o que está a lidar, defina alguns objectivos.

O Dr. Edwin Locke e o Dr. Gary Latham passaram décadas a investigar a definição de objectivos e descobriram que os objectivos específicos e desafiantes são muito mais eficazes do que os objectivos fáceis ou vagos.

Por isso, em vez de dizer "Quero ser mais positivo", diga "Vou fazer uma lista de três coisas boas que me aconteceram todos os dias." Agora tem algo concreto para trabalhar!

Temos uma lista de ideias que pode utilizar para definir objectivos para o trabalho, se tiver dificuldade em definir os seus próprios objectivos.

Técnicas e ferramentas

Para mudar a sua atitude, pode precisar de algumas técnicas e ferramentas na sua caixa de ferramentas.

Por exemplo, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), desenvolvida pelo Dr. Aaron T. Beck, é amplamente utilizada para alterar padrões de pensamento negativos.

O conceito de "otimismo aprendido" do Dr. Martin Seligman pode ajudá-lo a tornar-se mais otimista, desafiando quaisquer pensamentos pessimistas.

Outras ferramentas incluem os diários de gratidão, recomendados pelo Dr. Robert Emmons, ou a meditação mindfulness, apoiada pelo Dr. Jon Kabat-Zinn. Existe até um programa formal chamado MBSR - Mindfulness Based Stress Reduction - que o Dr. Kabat-Zinn desenvolveu no final dos anos 70 e que agora também tem versões online.

Estas ferramentas podem ajudá-lo a tornar-se mais consciente dos seus pensamentos e sentimentos e facilitar a mudança de atitude.

Rede de apoio

Mudar a sua atitude não é uma missão a solo. É sempre mais fácil quando tem uma equipa a apoiá-lo. Pode ser amigos, família ou mesmo um profissional como um psicólogo. O apoio social é super importante para a saúde mental e pode dar aquele empurrão extra quando está a tentar mudar a sua atitude.

A Dra. Julianne Holt-Lunstad descobriu que um forte apoio social pode ter vários efeitos positivos, como a redução do stress e o aumento do tempo de vida. Por isso, não hesite em procurar apoio!

Consistência e paciência

Por último, mas definitivamente não menos importante, seja consistente e paciente. A mudança não acontece de um dia para o outro. A Dra. Angela Duckworth, que estuda a coragem e a perseverança, diz-nos que a consistência ao longo do tempo é a chave para qualquer tipo de sucesso, incluindo a mudança de atitude.

Quiz: Qual é a sua atitude dominante?

Responda honestamente às seguintes perguntas para descobrir qual é a sua atitude dominante. Escolha a resposta que melhor reflecte os seus pensamentos, sentimentos ou acções típicos.

Pontuação:

A = 1 ponto

B = 2 pontos

C = 3 pontos

Perguntas

  1. Vês um copo meio cheio de água e pensas:
    • A) Está meio vazio.
    • B) Não tenho a certeza, é apenas um copo de água.
    • C) Está meio cheio.
  2. Quando se vê confrontado com uma tarefa difícil no trabalho ou na escola, o seu pensamento inicial é..:
    • A) Não posso fazer isto.
    • B) Não tenho a certeza se posso fazer isto.
    • C) Eu consigo fazer isto na perfeição.
  3. Um amigo fala-lhe de uma nova oportunidade. Você:
    • A) Pensar imediatamente nos riscos envolvidos.
    • B) Considerar tanto os riscos como os benefícios.
    • C) Entusiasmar-se com as possibilidades.
  4. Acabaste de aprender a jogar um novo jogo. Os teus pensamentos:
    • A) Provavelmente vou perder na mesma.
    • B) Posso ganhar ou perder, é um novo jogo.
    • C) Mal posso esperar para ganhar!
  5. Ao conhecer pessoas novas, é preciso:
    • A) Preocupar-se com o facto de não gostarem de si.
    • B) Sente-se simultaneamente entusiasmado e um pouco cauteloso.
    • C) Anseia por fazer um novo amigo.
  6. Alguém te faz um elogio. Tu:
    • A) Não acredites neles.
    • B) Considerar o elogio, mas manter-se cético.
    • C) Sentir-se feliz e grato pelo elogio.
  7. Está a planear um dia de passeio, pensa:
    • A) É provável que algo corra mal.
    • B) Pode ser divertido, mas não nos entusiasmemos demasiado.
    • C) Isto vai ser espetacular!
  8. Ofereceram-lhe um novo emprego ou projeto:
    • A) Pensar imediatamente na razão pela qual pode falhar.
    • B) Considerar cuidadosamente os prós e os contras.
    • C) Aproveitar a oportunidade, confiante nas suas capacidades.
  9. Está num debate ou numa discussão. A sua mentalidade é:
    • A) Não os vou fazer mudar de ideias, por isso, porquê dar-me ao trabalho?
    • B) Vou tentar, mas não estou à espera de muito.
    • C) Posso convencê-los.
  10. É-lhe dado um feedback crítico:
    • A) Entender isso como uma confirmação de que não és suficientemente bom.
    • B) Considere o feedback, mas não o leve demasiado a peito.
    • C) Utilizá-lo como uma oportunidade de aprendizagem.
  11. Está a aprender uma nova habilidade, pensa:
    • A) Nunca vou apanhar o jeito a isto.
    • B) Posso ou não ter sucesso; é uma curva de aprendizagem.
    • C) Vou dominar isto num instante.
  12. Um amigo chega atrasado ao seu encontro e o seu primeiro pensamento é..:
    • A) Não dão valor ao meu tempo.
    • B) Talvez tenha surgido algo importante.
    • C) O trânsito deve ser mau, a culpa não é deles.
  13. Quando ouvimos falar de uma nova mudança na nossa vida, é normal:
    • A) Temer.
    • B) Sentir-se simultaneamente excitado e nervoso.
    • C) Aguardar com expetativa.
  14. Encontraste 5 dólares na rua. Tu:
    • A) Pensar que se trata de uma fraude ou de um truque.
    • B) Perguntar-se se deve pegar ou largar.
    • C) Sentir-se afortunado e encará-lo como um sinal de um bom dia.
  15. Falhaste em algo importante para ti. A tua reação é:
    • A) Eu sabia que isto ia acontecer.
    • B) Preciso de avaliar o que correu mal.
    • C) Isto é apenas um contratempo; farei melhor da próxima vez.
  16. Está prestes a fazer um teste e está a pensar:
    • A) Vou falhar.
    • B) Espero ter estudado o suficiente.
    • C) Tenho isto no papo.
  17. Quando se estabelecem objectivos, é preciso:
    • A) Definir expectativas baixas para evitar desilusões.
    • B) Definir objectivos exequíveis, mas não demasiado ambiciosos.
    • C) Apontar para as estrelas!
  18. No que diz respeito às tuas capacidades, tu:
    • A) Duvidar deles a maior parte do tempo.
    • B) Ser realista quanto ao que pode e não pode fazer.
    • C) São confiantes e acreditam que podem fazer quase tudo.
  19. Alguém pede a tua opinião. Tu:
    • A) Preocupar-se com o facto de os ofender.
    • B) Tentar dar uma resposta equilibrada.
    • C) Dizer o que pensa abertamente.
  20. Fica preso no trânsito e vai chegar atrasado:
    • A) Assumir que isto vai arruinar todo o seu dia.
    • B) Sentir-se frustrado, mas tentar manter a calma.
    • C) Pense nisso como tempo extra para ouvir música ou podcasts.
  21. Quando encontras alguém que discorda de ti, tu:
    • A) Pensar menos neles.
    • B) Considerar os seus pontos de vista, mas manter a sua própria opinião.
    • C) Encará-lo como uma oportunidade para uma conversa estimulante.
  22. Vais de férias e os teus pensamentos são:
    • A) E se algo correr mal?
    • B) Espero que seja tão divertido como imagino.
    • C) Esta vai ser a melhor viagem de sempre!
  23. Quando alguém está a falar de uma questão complexa, é preciso:
    • A) Não ouvir, pensando que não vai compreender.
    • B) Ouvir e tentar compreender, mesmo que não esteja de acordo.
    • C) Estão ansiosos por mergulhar e partilhar os seus pontos de vista.
  24. Quando confrontado com um problema, o seu primeiro pensamento é:
    • A) Porque é que isto me acontece sempre a mim?
    • B) Preciso de saber mais antes de decidir.
    • C) Eu consigo resolver isto.
  25. É-lhe dada uma tarefa difícil com um prazo apertado:
    • A) Entrar em pânico e pensar em desistir.
    • B) Ponderar as suas opções e recursos.
    • C) Ficar energizado com o desafio.
  26. Ouvimos falar de um novo avanço tecnológico:
    • A) Preocupar-se com as implicações negativas.
    • B) Considerar os aspectos positivos e negativos.
    • C) Entusiasmar-se com o futuro.
  27. Quando lhe pedem para liderar um projeto ou uma equipa, a sua reação é..:
    • A) Não consigo lidar com isto.
    • B) Darei o meu melhor, mas não prometo nada.
    • C) Esta é a minha oportunidade de brilhar!
  28. É-lhe oferecida uma crítica construtiva:
    • A) Sentir-se derrotado e criticado.
    • B) Ter em conta o facto, mas não se preocupar com ele.
    • C) Apreciar o feedback como uma forma de melhorar.
  29. Tens um dia livre sem obrigações. Tu:
    • A) Preocupar-se com o facto de o desperdiçar sem fazer nada.
    • B) Não faça planos específicos, mas veja como se sente.
    • C) Entusiasma-te com todas as coisas que podes fazer.
  30. Quando se pensa no futuro, geralmente:
    • A) Sentir-se ansioso ou pessimista.
    • B) Ter sentimentos mistos de esperança e preocupação.
    • C) Sentir-se otimista e entusiasmado.

Guia de pontuação

30-50 pontos: Tendência pessimista/negativa A atitude pode mudar: pode ser benéfico concentrar-se nos aspectos positivos das situações e considerar terapias ou técnicas para mudar a sua mentalidade.

51-70 pontos: Misto/Ambivalente O seu ponto de vista é equilibrado, mas por vezes sente-se bloqueado no meio das situações. Pesa os prós e os contras, o que é bom! No entanto, ser demasiado indeciso pode ser limitativo, pelo que deve trabalhar nesse sentido.

71-90 pontos: Tendência otimista/positiva O seu ponto de vista é geralmente otimista e vê os desafios como oportunidades. Este é um ponto forte, mas lembre-se que demasiado otimismo pode por vezes ser arriscado. Um pouco de cautela pode ser muito útil!

Conclusão

Explorámos o que são atitudes, aprendemos que são como mochilas invisíveis que transportamos e até descobrimos os tipos de atitudes que podem tornar as nossas vidas mais coloridas ou, bem, um pouco aborrecidas.

Se fez o teste, tem algumas ideias sobre a sua própria atitude dominante. Lembre-se de que não é uma sentença de prisão perpétua; é mais um retrato de como tende a pensar, sentir e agir neste momento. E a parte mais fixe? Tem o poder de a mudar!

Quer pretenda aumentar o otimismo, trazer um pouco mais de equilíbrio, ou mesmo apenas compreender por que razão vê o mundo da forma como o vê, tem à sua disposição ferramentas e dicas diretamente dos especialistas.

Talvez tente manter um diário ou praticar a gratidão. Talvez fale com um amigo ou procure um psicólogo para obter informações mais profundas. Seja qual for a sua escolha, saiba que a sua atitude é a sua janela para o mundo.

Nem sempre podemos controlar o que nos acontece, mas podemos controlar a forma como o percepcionamos. E isso, amigos, é um superpoder por si só.